BRINCAR EM TEMPOS DIGITAIS
Hoje a brincadeira de faz de conta pode ser, por exemplo, com um tablet.
Observador privilegiado das vivências lúdicas das crianças, o professor tem como desafio contribuir para que meninos e meninas usem a tecnologia como meio para desenvolver capacidades e ampliar conhecimento.
Para entender a relação entre a infância, brincadeira e tecnologia é necessário resgatar o ato de brincar enquanto experiência lúdica. Através do lúdico, a criança encontra o equilíbrio entre o real e o imaginário.
O brincar também envolve atividades físicas, mentais, sociais, comunicativas e emocionais, fundamentais para o desenvolvimento humano. É por meio do brincar que a criança explica e interage com o mundo. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação.
Brincar ontem e hoje
Assim, as brincadeiras que eram desenvolvidas coletivamente nas ruas, geralmente, transmitidas de geração para geração (rodinha, ciranda, amarelinha, cabo de guerra, passa enel, cabra-cega, bolinha de gude, pique e suas variações) foram aos poucos sendo substituídas pelos aparelhos eletrônicos.
O primeiro é a interatividade as crianças aprendem nas culturas de pares. Embora a internet potencialize a interatividade, esta não é sua propriedade exclusiva. O segundo eixo é a ludicidade: crianças que interagem com os brinquedos tradicionais ou com os tecnológicos desenvolvem uma atividade envolvente em ambas. Por fim, o terceiro eixo é a fantasia: meninos e meninas transpõem o real e o reconstroem criativamente pela imaginação pelo mundo real ou pelo tecnológico.
A globalização e a tecnologia exercem forte influência nos processos de socialização, de aquisição de valores, de percepção e de ação sobre o mundo, o que inclui sem dúvida, os modos de brincar. Apesar das mudanças em relação a mídia e âs tecnologias de informação e comunicação (TICs), os brinquedos e brincadeiras antigas não perderam o seu valor, em face das transformações econômicas, sociais e culturais.
Com a evolução a expansão das TICs, o computador passou a fazer parte do dia a dia de muitas crianças. Nesse contexto, a conexão em tempo real - a vida online - passa a ser vista como um cenário complexo de comunicação, socialização e aprendizagem. Assim, a infância da era digital foi nominada por muitos pesquisadores como a "Geração Net" ou "Geração N" e, por tanto, o mundo midiático lhe é familiar.
Hoje, um dos grandes desafios para o adulto e tentar compreender o que a criança diz quando, por exemplo, brinca de faz de conta, canta, se entretém com o tablet, o smartphone, o computador, os jogos eletrônicos, entre outros. Mesmo permanecendo no espaço virtual, há algo da criança que se revela e caracteriza a sua subjetividade e algo que emerge da interação da criança com os objetos. Essa interação pode ser percebida nos diferentes modos de a criança lidar com as tecnologias.
Mídias digitais na educação infantil
O Lúdico, em situações educacionais, proporciona um meio real de aprendizagem. Essa compreensão é ponto de partida para a promoção de novas aprendizagens nos domínios cognitivos e afetivos. Reconhecer o lúdico implica mudança de concepção pedagógica e a descoberta da linguagem contemporânea, abrindo espaço para que a criatividade instigue crianças e adultos.
Na tentativa de contextualizar no que já tem sido pesquisado, é importante ressaltar que a escola pode promover o lúdico de maneira pedagógica, direcionada e midiatizada.
A cultura digital está presente nesta geração e é importante que a criança contemporânea aprenda a utilizar as TICs de forma construtiva. Para tanto é fundamental o diálogo e a troca de experiência entre os professores interessados numa prática midiatizada. No espaço multimídia infantil, celulares, MP4, computadores, tablets, iphones, ipod e outros equipamentos eletrônicos podem ser incluídos no processo de ensino aprendizagem, já que eles influenciam a formação das crianças em vários aspectos: desenvolvimento da coordenação motora, do pensamento lógico- estratégico, o desenvolvimento da linguagem, do pensamento matemático, do conhecimento de mundo e da educação para a diversidade.
Para além de programas que trabalham competências específicas, constata-se a importância de as crianças utilizarem as tecnologias para desenvolverem a sua aprendizagem na área da leitura e da escrita de uma forma mais global e funcionalmente significativa, integrada no conjunto de outras atividades e servindo necessidades reais, como escrever uma receita, um aviso, uma lista de compras, etc.
Assim as TICs podem ter o papel de facilitar e promover conhecimentos significativos no processo do letramento, bem como na construção do conhecimento e de instrumentos para uma nova forma de educar, estimulando as múltiplas inteligências e facilitando o processo educacional infantil.
Considerações
O reconhecimento da importância da mídia e de suas influências sobre o processo educativo na atualidade traz implicações para a formação de professor. Torna-se importante repensar o uso dos recursos midiáticos como uma ação educativa, focalizando, fundamentalmente, o estímulo â emancipação e â autonomia das crianças, provocando um olhar crítico sobre conceitos e valores da realidade. Isso, sem dúvida, contribui para que sejam usuários críticos e ativos dos meios de comunicação.
Torna-se importante investir na qualificação dos profissionais da educação para que estes, ao invés de inibir o uso das tecnologias por parte da criança, a encorajem a utilizá-las de modo construtivo. Portanto, é relevante refletir sobre o que a escola tem feito para estimular as aprendizagens infantis através do lúdico e da interação com as TICs.
É importante lembrar que, na relação as mídias digitais, a criança não é passiva, ela se apropria ativamente dos conteúdos, transformando-os através de brincar.
Referências:
Livro Presença Pedagógica
Entrevista com
Mozan Neves Ramos, Conselho Nacional de Educação.
CURSO PEDAGOGIA UFAL/UAB
Educação e novas tecnologias da informação e comunicação – ENTIC
Profª: Marcela Fernandes
Polo de São José da Laje
Grupo 2
Componentes:
JADIELE DE SOUZA OLIVEIRA CAETANO
ELEGA MERIDIANA DA CONCEIÇÃO SILVA
KEROLAINE PATRICIA SOUSA
EDSONEIDE LOPES DA SILVA
MARIA LINDINALVA OTAVIANO DE SOUZA SILVA
BRUNNA CARLLANY AUSTREGESILO DE ATAYDE BARROS
THAYS MAYARA RIBEIRO DA SILVA
RENATA BESERRA DA SILVA
LARISSA NAYANE DOS SANTOS SILVA
LUAN MADSON DOS SANTOS SILVA
